Na pacata aldeia de Hwasongri, o aparecimento súbito de um enorme icebergue ao largo da costa tornou-se rapidamente o assunto da cidade. Esta visão rara chamou a atenção de todos e atraiu as pessoas para a costa para a verem mais de perto.
Os habitantes, habituados a ver pequenos pedaços de gelo vindos do extremo norte, juntaram-se com entusiasmo para ver de perto este enorme bloco de gelo. No entanto, assim que a luz de Deus iluminou os novos pormenores, o choque reinou entre as pessoas. O que é que era aquilo?
Os aldeões não podiam acreditar nos seus olhos quando viram o que tinha acontecido no topo do glaciar. – Também estão a ver? perguntam uns aos outros, em silêncio. Esta descoberta fez toda a gente pensar. Os aldeões, normalmente faladores, estavam agora sem palavras e pálidos ao verem o topo do icebergue. O que é que se passa?
No inverno, pequenos pedaços de gelo passavam de vez em quando pela aldeia. “É apenas mais um pedaço de gelo vindo do norte”, comentavam os habitantes da aldeia, despreocupadamente, sempre que outro pedaço de gelo passava por eles. Estavam habituados a este tipo de avistamentos e nada os surpreendia particularmente. Pensavam que já tinham visto tudo. Mas desta vez era diferente.
– Já alguma vez viram algo assim? – sussurrou um aldeão a outro, e ambos olharam para ele com incredulidade. Nunca na minha vida”, respondeu o outro, igualmente surpreendido. Este icebergue gigante, ao contrário dos destroços mais pequenos que normalmente se derretem pelo caminho, tinha conseguido chegar inteiro, causando excitação e curiosidade entre os habitantes da cidade. “É um milagre ter chegado aqui”, concordaram, com a conversa habitual a ser substituída por um sentimento geral de espanto perante o gigante de gelo que tinham diante de si.
As pessoas coçavam as costas, perguntando-se como é que este glaciar gigante podia ter ido parar perto da sua cidade. Era o maior glaciar que alguma vez tinham visto, e mal tinha derretido no caminho para aqui, o que era muito estranho. “É enorme! Deve ter sido um gigante originalmente”, sugeriu um homem, olhando para o enorme pedaço de gelo que brilhava ao sol. “Ou talvez tenha algum tipo de magia que o impede de derreter? – perguntou ele. – brincou outro, embora todos soubessem que era pouco provável.
Enquanto a maioria das pessoas estava simplesmente espantada com o tamanho do icebergue, houve alguém que reparou noutra coisa. Ele semicerrou os olhos e inclinou-se para a frente, como se estivesse a tentar ver o mistério que o glaciar escondia. A sua curiosidade não foi apenas despertada pelo tamanho do icebergue, mas também por algo invulgar que os outros ainda não tinham reparado.
Chul-min olhou para o glaciar durante o que pareceram horas, com os seus binóculos de alta qualidade claramente focados na superfície gelada. Não podia deixar de se maravilhar com a forma como a luz do sol brincava na superfície, criando um jogo hipnotizante de azul e branco que parecia quase surreal. Ele estava hipnotizado pela majestade das criações da natureza, e cada olhar revelava novos padrões e mistérios escondidos no gelo.
Apesar de seus melhores esforços, Chul-min não conseguia decifrar os detalhes da visão misteriosa que havia chamado sua atenção. No entanto, ele tinha certeza de que havia algo lá, e se moveu propositalmente pela paisagem gelada. Esse vislumbre fugaz foi suficiente para despertar sua curiosidade: um ponto brilhante contra a brancura absoluta da geleira.
Com o passar do tempo, o mistério só aumentou, e Chul-min ficou com um fluxo de perguntas. A idéia de que algo ou alguém viajando na geleira pudesse ficar preso lá por dias, talvez até semanas, era insondável. À medida que o iceberg se afastava gradualmente pelo oceano, o pensamento de sobrevivência parecia quase impensável.
A cabeça de Chul-min estava cheia de perguntas. – Como é que ele sobreviveu aqui? – Ele se perguntava e imaginava como algo poderia sobreviver em condições tão duras. E porquê a ponta do icebergue? Parecia ser o lugar mais perigoso no bloco de gelo que derretia lentamente. Apesar do perigo óbvio, era um sinal de vida onde ele menos esperava, mesmo no meio do frio intenso.
Pensou em abandonar tudo e voltar à sua vida quotidiana. Se realmente havia alguma coisa no gelo, ele decidiu, ela reapareceria mais cedo ou mais tarde. No entanto, Chulmin não era o tipo de pessoa que deixava uma situação seguir seu curso, especialmente uma tão interessante quanto essa.
Numa cidade onde a excitação era uma raridade, Chul-min estava sempre à procura de algo para quebrar a monotonia da sua vida quotidiana. O misterioso movimento da geleira era exatamente o mistério que ele desejava. Era a sua oportunidade para uma aventura, uma oportunidade para se afastar do tédio diário.
Quando Chul-min estava prestes a ir para o porto, uma batida forte soou na porta da casa, distraindo-o de sua concentração. Seu coração bateu de curiosidade enquanto ele apressadamente abria a porta. Quem poderia ter vindo visitá-lo num momento tão importante?
Olhando pela janela, o coração de Chul-min se contraiu quando seu olhar parou na visão inconfundível de um carro de polícia estacionado em frente à sua casa. Não demorou muito para perceber que o comerciante deve ter chamado a polícia depois da conversa. A sala pareceu-lhe subitamente mais pequena e o ar um pouco mais apertado quando a situação se tornou realidade.
A sua mente fervilhava com pensamentos de que a polícia viria dissuadi-lo do plano, ou talvez mesmo impedi-lo de o levar a cabo. O seu estômago apertava-se com a perspetiva de um confronto, um sinal subtil mas seguro do seu nervosismo. Chul-min percebeu que precisava de tomar uma decisão rapidamente….
Logicamente, teria sido mais seguro para Chul-min simplesmente abrir a porta, falar com a polícia e abandonar seu plano ousado. Mas a simples ideia de abandonar a sua aventura antes de ela começar era insuportável. A geleira era mais do que apenas um artifício; era um desafio que ele se sentia compelido a superar, um sonho que ele estava determinado a realizar apesar dos riscos.
Cheol Min dirigiu-se diretamente para o porto porque sabia exatamente onde estava o navio do cunhado. Não revela nada sobre si próprio porque se apercebeu que a sua aparência poderia causar-lhe problemas com a polícia. A ideia de ser apanhado em fuga preocupava-o, mas ele estava mais concentrado em chegar ao navio sem ser detectado.
Ele percebeu que quando voltasse, provavelmente haveria um confronto com a polícia, especialmente depois de ter executado o seu plano de escalar o glaciar. Mas Chul-min não estava satisfeito com isso; ele pensou que se ele pudesse realizar o que ele se propôs a fazer, ele poderia lidar com as consequências mais tarde. E assim, com um objetivo claro em mente, dirigiu-se para o porto, pronto para enfrentar o desafio que o esperava.
O encontro com a polícia não o preocupou particularmente, especialmente em comparação com a intriga que ele esperava descobrir no mar. Chul-min vagueou pelas ruas da cidade, usando uma rede de caminhos e atalhos não sinalizados. Ele se viu se escondendo atrás de latas de lixo para se proteger quando um carro de polícia passou, sua presença o lembrando da urgência de sua missão.
Quando chegou ao navio, os seus sentimentos eram uma mistura de nervosismo e excitação. Ele sabia que esta viagem até ao glaciar poderia ser um ponto de viragem. Aproveitando o momento, olhou para a sua cidade e pensou se esta seria a última que veria em breve.
Quando a costa ficou livre, conduziu o barco de volta para águas abertas e dirigiu-se para o icebergue no horizonte. Os seus segredos, escondidos no abraço gelado do mar, acenavam e empurravam-no para mais perto. Ele deixou Hwaseong-ri para trás e desapareceu na névoa, determinado a descobrir o mistério que o aguardava no topo da geleira.
Chul-min agarrou o volante com as duas mãos e sentiu o navio embaixo dele inclinar e balançar. A água salgada se derramou sobre o convés, encharcando-o até os ossos, cada gota sendo um lembrete arrepiante do poder do mar. O sabor salgado permanecia nos seus lábios e o frio do vento penetrava nas suas roupas, causando-lhe arrepios na espinha.
Com cada onda, a determinação de Chul-min ficou mais forte. “Esta é a aventura que eu estava procurando”, ele murmurou para si mesmo, embora um flash de medo tenha passado por sua mente. Seu coração batia em ritmo com o ataque implacável do spray do mar em seu rosto e o rugido ensurdecedor do vento em seus ouvidos. Embora tivesse medo, estava determinado a continuar. Não havia como desistir agora.
À medida que Chul Ming se aproximava do glaciar, o seu tamanho deixava-o admirado. Ela estava diante dele como um gigante lendário, emitindo uma força silenciosa que exigia admiração. Inundada pela luz do sol, a geleira brilhava com tons de azul e branco, criando um espetáculo natural deslumbrante. Embora Chul-min estivesse hipnotizado por sua beleza, ele não podia deixar de se sentir nervoso ao se aproximar.
Ele se concentrou em sua técnica de escalada e tentou se mover em um ritmo constante. Alcançar cada novo nível trazia-lhe um breve momento de alívio, mas então um novo desafio o aguardava. A cada pedaço de gelo que conquistava, parecia que estava a forçar os limites do seu corpo cada vez mais.
O ar frio tocava-lhe o rosto, o toque gelado recordava-lhe nitidamente o que o rodeava. A cada passo difícil no gelo, a determinação de Chul-min ficava mais forte. Apesar de se sentir cansado, ele tinha um forte desejo de seguir em frente, ele queria descobrir que segredos a ponta deste enorme iceberg escondia.
Passado algum tempo, vê finalmente o pico através do nevoeiro. Estava cada vez mais perto, o que o entusiasmava, mas também o deixava um pouco ansioso. O que parecia ser um objetivo distante, de repente estava ao seu alcance. Os seus pés doíam a cada passo no trilho gelado e o ar frio fazia com que respirar parecesse uma luta.
O estalar do gelo sob as suas botas ecoava à sua volta, um lembrete constante das condições adversas. Olhando o cume de perto, ele estava nervoso e excitado ao mesmo tempo. Não podia deixar de imaginar o que encontraria no topo. A subida, que no início parecia impossível, era agora quase completa….
À medida que se aproximava do cume, Chul Ming sentia o seu coração bater mais depressa. Seria apenas um pico vazio, ou aconteceria algo inesperado? Começou a perguntar-se o que poderia descobrir. Ao se aproximar do pico, ele quase não conseguia conter sua curiosidade. O que é que há ali!!!
Depois do aparecimento do glaciar, as pessoas de Hwaseongri falavam frequentemente de como a sua pacata aldeia se tornou famosa da noite para o dia. Cheol Min, que costumava ser um vulgar rapaz da cidade, tinha-se tornado num herói com a sua ousada aventura no glaciar. Agora, ele e o Dr. Park estavam a salvo e toda a gente queria ouvir a sua história.
As pessoas reunidas ouviram com interesse enquanto Chol Min partilhava a sua experiência selvagem e o Dr. Park explicava a sua importante investigação. – Se não fosse a inteligência de Chol Min com o farol… – E o que é que aconteceu? – perguntou ele. – Muitas vezes, o Dr. Pak começava, mas Chol Min intervinha humildemente e sublinhava o papel fundamental dos esforços persistentes do cientista. Esta saga partilhada de sobrevivência e descoberta não só os uniu, como também deixou uma marca indelével no Hwaseong Ri, que simboliza o espírito humano indomável e os laços formados perante a adversidade.